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Arquitetos: COSA Colboc Sachet architectures
- Área: 17700 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Ivan Mathie
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Fabricantes: KEIM, Kone, LONGISolar, Schüco
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os edifícios industriais que ocupam este local são o resultado de processos de produção anteriores. Seus vestígios agora se manifestam como uma coalescência de objetos de geometrias variadas, cujo significado nos escapa. Assim, dentro do quarteirão do Bacalan, a Maison des Écluses conta com oito silos de 36 metros de altura. Já sem uso, está envolvido por mato, que corrói o concreto e o descolore ao longo do tempo.
Este cenário retrata uma natureza morta que está cedendo espaço para uma nova paisagem. As novas construções estão dispostas ao redor do jardim dos silos, o centro e o pano de fundo do projeto. Camadas de cobertura vegetal pontilhadas com pervincas, samambaias, urzes, arbustos frondosos e floridos dão lugar a pinheiros-de-umbela, salgueiros-brancos e várias cordilinas de formas geométricas
Esta representação simbólica da floresta da região próxima de Landes se ramifica em um pátio, uma praça e um caminho paisagístico - espaços cedidos à cidade.
O hotel 3 estrelas conecta-se ao jardim, o qual se estende pela região do para-hotel, acessando um caminho paisagístico que leva às comodidades localizadas no bairro a leste do terreno, como o bonde, estacionamento e o Instituto Vatel.
Os hóspedes do hotel 4 estrelas embarcam numa viagem no tempo ao atravessar dois dos silos: o primeiro foi escavado, retornando à natureza, enquanto o segundo, que abriga o saguão, é protegido por uma membrana e iluminado por seu óculo. Através de uma galeria de vidro, é possível visualizar o jardim dos silos, cujas janelas deslizam para permitir que o café se estenda ao ar livre, protegido por toldos brancos. Como um contraponto transparente aos silos, a entrada para o hotel e seus elevadores proporcionam uma vista vertical entre o jardim e a cidade, levando aos quartos do último andar, restaurante e spa. Estes espaços públicos estão rodeados por um terraço panorâmico com vista para o Rio Garonne e o centro histórico de Bordeaux.
O sistema de construção foi projetado para atender às necessidades com uma modelagem sóbria das fachadas, utilizando montagens simples de concreto. As soleiras das janelas foram rebaixadas para permitir que os hóspedeno conforto de suas camas. A altura é suficiente para acomodar também uma mesa e um banco, criando assim um espaço mais acolhedor.
Os espaços compartilhados nas coberturas (terraços, suítes, restaurantes e spa) complementam esta arquitetura com metais, vidros e telhados inclinados.
A arquitetura incorpora uma espécie de atemporalidade, um senso do que já está presente. Ela se entrega à vegetação do jardim, desaparecendo por trás dos reflexos nas junções e dos forros espelhados, e por trás dos diversos usos. É uma arquitetura de discrição.